21 de abril de 2013

Sobre livros impressos e digitais


Pra não perder, trouxe pra cá minhas reflexões sobre a possibilidade do livro acabar, provocação num dos fóruns (março/2013) do curso Tecnologias Aplicadas à Aprendizagem de Língua Portuguesa.
Oi, colegas! 
Há uns quinze dias recebi o tablet que o Governo do Estado (RS) está distribuindo para professores do ensino médio. Sem dúvidas, um suporte bem amigável para a leitura de obras online.
Abro parênteses para dizer que trabalho no curso de formação de professores em nível médio - jovens que atuarão em turmas de educação infantil e anos iniciais – e uma das disciplinas é didática da linguagem, em que está sempre presente a preocupação com a formação de leitores, especialmente leitores de literatura.
O Governo Federal, por sua vez, tem cumprido de forma bastante razoável a distribuição de obras de literatura infantil às escolas.
Então, temos a “faca e o queijo”: vontade de cumprir com um de nossos papeis fundamentais – formação de leitores de literatura e tecnologia para isso – acervos muito interessantes.
Com esse relato quero salientar que os investimentos, pelo menos em nossa região, relacionados às tecnologias digitais ainda são limitados (especialmente no que diz respeito à formação continuada de professores).
Por aqui, nem pensamos na possibilidade do livro acabar! E quando falo em livro, embora a provocação não explicite, estou me referindo a livro impresso.
Penso que a tendência é a boa convivência entre as duas tecnologias. Observo, especialmente, nos adolescentes (meus alunos) e nas crianças (alunas de meus alunos) o brilho nos olhos tanto ao ler/ouvir um boa história que vem de um livro impresso (prática frequente nas aulas) quanto ao ter acesso a uma obra digital (bem mais raro).
Há que ressaltar que os livros impressos já fazem parte do cotidiano das escolas (falo em escolas da rede pública estadual!), enquanto os leitores digitais ainda não – se restringem a um smartfone, um notebook ou um tablet de algum aluno ou professor; ainda devo mencionar que o acesso a redes sem fio ou 3G é bastante precário.
Sou uma professora apaixonada por livros impressos e por tecnologias digitais; uma das minhas missões é formar leitores de literatura (outra paixão!) - em qualquer suporte!
Sabe a “Dupla delícia”, de Mario Quintana?
“O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.”
Em todas as mídias!
Vamos conversando... ;)
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Outros escritos (meus) sobre esse tema:
  • Neste link, um texto  sobre o debate entre Alberto Manguel e Kate Wilson, na 14ª Jornada Nacional de Literatura 
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Um filme:
  • Lendo os debates sobre livros impressos e digitais, lembrei de um filme sensacional do Truffaut: "Fahrenheit 451", baseado na obra de Ray Bradbury, que retrata uma sociedade em que a leitura é proibida, os livros são queimados, mas, outras tecnologias são permitidas - tv, telefones, antenas... mesmo assim, os leitores resistem.
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Andei lendo alguns artigos da Revista Vox - edição impressa, ano 2, nº 2, e que descobri em formato digital neste endereço.

Gostei muito do que diz Celso Gutfreind, no texto "Livro impresso ou digital: o bem e o mal?": 
"(...) só se pode falar em suporte e leitura se houve a construção do leitor" (p.119).
Me parece que devemos nos preocupar mais com a formação de leitores... e que as leituras sejam em qualquer suporte...

Quando Manguel despreza o digital, me vem a ideia de que a leitura (e a literatura) é para poucos - aqueles que têm acesso aos livros impressos.

Vamos conversando...

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Minha colega Rosane Gelati, no Facebook, indicou o texto de Luiz Carlos Amorim e eu trouxe pra cá: Livro, para sempre.


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