Em 2000, fui nomeada professora de língua portuguesa, na rede pública estadual, em duas matrículas; ou seja, dois regimes de vinte horas de trabalho. Numa dessas matrículas, na de ensino médio, optei pelo noturno.
Não, esta não é a história da minha vida. Só quero dar uma noção do tempo em que atuo na mesma escola – em maio, serão nove anos.
Uma escola grande – em torno de 1500 matrículas, nos três turnos, contemplando o ensino fundamental e o ensino médio (na modalidade regular e na modalidade “irre…”– epa! – EJA: é aqui que me encaixo).
Agora, o que interessa: o laboratório de informática. O engraçado - e chocante! - é que, enquanto escrevo este post, tento lembrar a data da instalação do computadores e não consigo! Quantos pcs? Uns 12 ou 15! Numa sala com boa infraestrutura, ar condicionado… Internet com banda larga…
Na verdade, pouco sei sobre o laboratório: nunca fui com meus(minhas) alun@s até lá! Isso mesmo: nunca!
Primeiro, porque não sabia direito o que fazer…
Usava o computador em casa, apenas, como substituto da máquina de escrever e do mimeógrafo, não tinha acesso à Internet e nenhuma noção do que fazer com essa tecnologia…
Conversava com um(a), conversava com outro(a): “o que tu propões no laboratório?”… “ah, eles pesquisam em sites.”
E como não conhecia sites interessantes… o tempo foi passando…
A essa minha incapacidade, se aliava outro complicador: a “responsável” pelo laboratório só ia duas noites por semana (ela se dividia para atender os três turnos). E com tant@s professores(as) disputando o espaço na agenda… fui ficando…
Não bastasse isso, desde 2007 o governo do Estado entende que não há necessidade de alguém para atender os laboratórios (aliás, nenhum setor: professor(a) tem que estar na sala de aula; bibliotecas, laboratórios… não são salas de aula, “né'”?! tempo de planejamento, de formação… tudo bobagem que dá muito gasto). E o laboratório está praticamente fechado…
Pude constatar isso, no segundo semestre de 2008. Depois de ter visitado a Blogosfera da Marli, o Palavra Aberta, da Gládis e muitos outros blogs, depois de ter feito um dos cursos do Proinfo, perdi o medo e, mesmo não havendo um(a) “responsável”, decidi: vou usar os computadores com @s alun@s – eles(as) estavam produzindo com muito entusiasmo, isso deveria ser partilhado. Além do mais, há o compromisso da escola com a garantia do acesso – a inclusão digital.
Doce ilusão: o laboratório estava, digamos… desconfigurado!
E o pior: ninguém sentiu falta… ninguém reclamou…
2 comentários:
1 imagem vale mais q mil palavras!
o "rato" acorrentado chega a doer!
P.S.: ainda estamos sem banda larga lá na Chacar do Sol.
Suely, a cada dia eu aprendo coisas novas na net. E estou sempre atrasada.
Obrigada por atender ao convite para a coletiva, claro que pode postar o selo.
abraço
Postar um comentário