Num Café Literário, entre um turno e outro da Jornada, ouvi Gonçalo Tavares.
Na voz do autor, conheci um dos moradores d’O Bairro: O Senhor Brecht e uma de suas histórias:
Por um curto-circuito elétrico incompreensível o eletrocutado foi o funcionário que baixou a alavanca e não o criminoso que se encontrava sentado na cadeira.Depois, o Senhor Valéry:
Como não se conseguiu resolver o defeito, nas vezes seguintes o funcionário do governo sentava-se na cadeira elétrica e era o criminoso que ficava engarregue da baixar a alavanca mortal.
O senhor Valéry era pequenino, mas dava muito saltos.Por último, o Senhor Henri:
Ele explicava:
- Sou igual às pessoas altas só que por menos tempo.
Depois de beber, de uma só vez, o copo de absinto que segurava na mão direita, o senhor Henri pediu: outro copo de absinto.
… é para os dois lados do corpo – disse. – Este segundo é para a mão esquerda.
E segurando com a mão esquerda bebeu o segundo copo.
… é fundamental pra o equilíbrio de um homem – disse o senhor Henri.
Três personagens que se juntam a outras (que, ainda, não conheço) para compor a vizinhança.
As histórias são assim mesmo: provocam estranheza… riso desconcertante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário