5 de outubro de 2011

Minha fala como paraninfa


Senhoras, senhores, boa noite!

Queridas afilhadas! Educadoras do século XXI! Muito chiques!

Estou feliz por estarmos juntas mais uma vez! Hoje de uma forma ampliada, com nossas famílias, nossos amigos!

E o melhor: comemorando o encerramento do curso!

Um curso como tantos outros, em que aprendemos muito, fomos desafiadas, em que lidamos com contradições (bem ao gosto do professor Antenor!)! 

Mas o curso que vocês escolheram! Com o qual algumas sonharam durante anos, outras interromperam o sonho para retomá-lo mais tarde, houve até quem nunca antes tinha cogitado...

Como diz Paulo (sabem aquele a quem vocês foram apresentadas na etapa 1!): 
Ninguém nasce educador ou é marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma como educador permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática.
E foi com gente assim – educadoras em construção, a Rosinha e a Keithy -, que me encontrei, no desfile da semana da pátria, quase na Presidente Vargas! Naquela ocasião, elas, aliviadas, me disseram: “agora só vai, profe! Conseguimos chegar ao Sete de Setembro!” Aliviadas e orgulhosas, usando os lencinhos que identificavam a escola em que faziam estágio - desta vez, estariam no pelotão dos professores.

Como assim? orgulhosas por ser professoras? e as péssimas condições de trabalho? e os alunos desrespeitosos? e o salário tão baixo? 

É claro que isso nos preocupa, não é mesmo, gurias?! Mas não nos paralisa, pois temos esperança e certeza de que 
somos fundamentais para que o Brasil tenha um futuro que valha a pena.
Em outro momento, me encontrei com a Ana Valéria, lá na Escola Cabo Luiz Quevedo, se construindo como professora, sabendo-se fundamental para aquelas crianças, ao contar a história da pipoca, entre panelas, colheres e espiga de milho.

E o que dizer da Cleia que, juntamente com a Keithy e a Rosa, viraram as Três Mosqueteiras do Roberval: “uma por todas, todas por uma”! Lindo de ver!!! Tão diferentes! Tão parceiras!

Ah! E houve, o reencontro com a Delita – recém casada, em lua de mel, com um bebê a bordo e professora – parabéns! Uma prova de que tudo tem seu tempo, né, Delita?

Por tudo isso, sinto que estamos mais fortes, mais alegres, mais ousadas... 

Tem até aluna aprovada no concurso do município: parabéns Vânia! Tu nos dizes que é possível!

A gente teceu uma bonita história: é claro que não somos mais as mesmas de março de 2010... hoje estamos aqui, juntas, reafirmando um grande compromisso: lutar por uma educação de qualidade para todos! As crianças merecem! A gente merece! O país merece!

Nas minhas navegações pela web, li uma seguinte metáfora que partilho com vocês: um livro em geral tem um prefácio, uma introdução. 

Esse prefácio foi escrito por todos nós, aqui no Elisa: equipe diretiva, coordenação pedagógica, comissão de estágio, professores, alunos...

A partir de hoje, vocês protagonizam a escrita desse livro!

Sejam autoras criativas de uma obra repleta de poesia, encantamento, criticidade, humildade, amorosidade! 

Tenham sensibilidade para dialogar, respeitosamente, com os alunos !!
Façam a obra que este país precisa. Façam da vida de vocês e dos que as cercaram uma obra com sentido, ética e dignidade.
É um prazer conviver com vocês - não, não vou usar o verbo no passado, pois vamos manter nossas conexões (online, também, hein! Afinal, somos professoras do século XXI!). É um prazer conviver com vocês, conhecer um pouquinho de cada uma...

Acima de tudo, é muito bom sonhar junto!!!

E vamos na companhia de Darcy Ribeiro
Sempre há o que aprender, ouvindo, vivendo e sobretudo, trabalhando, mas só aprende quem se dispõe a rever as suas certezas.
Para encerrar: gurias, agora, colegas professoras - ontem eu avisei que ia ter “esse momento lindo” - fiquem em pé, por favor: levantem, desta vez, o braço esquerdo na vertical, bem alto e repitam comigo: eu prometo sempre ter paixão por aprender!

Obrigada! 

Sejam felizes!


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