3 de novembro de 2011

The Wall, também, me "inspirou"?


We don't need no education
We dont need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teachers! Leave these kids alone! 
Como sempre, fazendo duas ou três coisas ao mesmo tempo: preparando uma contação, refletindo sobre o papel do professor - eixo que pretendo abordar com os alunos do curso normal no projeto Com educação não se brinca... ouvindo música...

E a rádio tocou Hey you: voltei a 1980, quando cursava Comunicação Social, na Unisinos.

Nunca havia pensado, mas, quem sabe, The Wall e, em especial, Another brick in the wall, tenha influenciado minha vinda para o magistério...

Talvez me sentisse como aquele menino - Pink - sufocado, também, pelo sistema educacional...

Talvez Roger Waters, juntamente com minhas primeiras leituras de Paulo Freire - Educação como prática da liberdade, Pedagogia do Oprimido - e a Luíza, tenham me impulsionado a sonhar uma escola libertadora...

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Saí em busca de outros olhares sobre The Wall, encontrei textos muito interessantes, que nos auxiliam  na reflexão sobre as práticas, o papel do professor, as concepções de educação..
(...) a questão da dominação simbólica, especialmente a violência simbólica vinculada à Educação. Tem como aporte teórico os estudos do filósofo francês Pierre Bourdieu (1994, 1998 e 2007). A proposta de análise refere-se à constante presença da violência no ambiente escolar, principalmente quando esta acontece de forma velada e com interesses específicos da classe dominante, caracterizando-se como violência simbólica. Com o objetivo de contribuir com o estudo, apresentamos um trecho do filme Pink Floyd The Wall, quando este envolve uma situação escolar.

(...) que tipo de conhecimentos, conteúdos devem ser ensinados pelos professores, a fim de que seus alunos possam tirar um melhor proveito dos mesmos conhecimentos para suas vidas? O que leva certos professores a serem tão autoritários e repressores em sala de aula? Quais são os medos que os conduzem a terem tal conduta? Uma revolta no estilo anarquista, como apresentado nos pensamentos de Pink em “The Wall”, seria a melhor forma de se tratar os problemas referentes ao sistema educativo de tipo repressor, ou a razão, através de diálogos e argumentações, talvez pudesse conduzir a uma forma de consenso sobre os melhores métodos educativos possíveis? Qual é o papel dos alunos nessa discussão? Até que ponto os professores devem deixar os alunos interferirem em tais questões sem que com isso acabem sendo repressores, controladores dos pensamentos dos alunos?
cena em que se ouve a música Another Brick in the Wall, clássica por fazer uma crítica ao sistema educacional britânico, em que os alunos são formados para se tornarem úteis em sua sociedade, sufocando qualquer possibilidade de expressão, sem uma identidade, como se passassem por uma linha de montagem, na qual fossem triturados em um moedor de carne, transformando-se em uma massa, para se tornarem homogêneos. Nessa cena, os alunos são considerados metaforicamente como “mais um tijolo no muro”. As escolas estariam, então, sufocando a criação em favor da utilidade.


2 comentários:

Anidene de Siqueira Cecchin disse...

Suely, como sempre conectada... maravilhosas as tuas colocações, as associações com a música então!!!
Um beijão!!!

Unknown disse...

Anidete, sabe quando a gente tem um insight?
Nunca tinha relacionado The Wall a minha súbita troca de curso - do jornalismo para as letras...
Sempre pensava na Luíza, que era uma baita professora de "Português para comunicação" e que, realmente, me jogou nas letras...
Adorei pensar que Roger Waters me fez, também, professora! hahahaha
Bjs