Amanhã (25/11/13) começam alguns encontros de estudo d@s professor@s do Curso Normal do Elisa; minha incumbência é compartilhar algumas reflexões sobre o papel da área da linguagem nos anos inicias... Ou fazer o meio de campo entre alguns textos e @s colegas...
Resolvi escrever aqui...
Proposta de estudo sobre a aprendizagem da língua nos anos iniciais
Data: 25/11/13
Duração: 4h
Professora Suely Aymone
Participantes: professor@s do Curso Normal – Ensino Médio, Aproveitamento de estudos e Curso de Aplicação
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Texto 1:
Saberes sobre o objeto ou tema a ser ensinado
Texto 1:
Saberes sobre o objeto ou tema a ser ensinado
(...) as decisões relativas aos encaminhamentos didáticos pressupõem que o professor tenha saberes de diferentes naturezas. Se, por um lado, a tarefa de ensinar sempre irá exigir de nós um saber pedagógico mais amplo - que envolve conhecimentos sobre currículo, sobre a instituição escolar etc. - precisaremos, por outro lado, ter saberes bem específicos sobre os conteúdos curriculares.
Hoje, nos debruçaremos sobre um objeto de ensino-aprendizagem: a língua.(...) precisamos aprofundar continuamente os saberes que temos a respeito do objeto ou tema a ser ensinado (Como está estruturado? Que elementos ou partes o compõem? Que relações existem entre esses elementos?) e sobre o modo como o aprendiz concebe, progressivamente, esse objeto a ser ensinado (Que hipóteses a criança formula sobre ele? Que dificuldades ela deverá superar para que seu modo de conceber o objeto se aproxime, cada vez mais, da forma como é concebido por nós, adultos escolarizados?) ( trecho do livro "Ortografia: ensinar e aprender", de Artur Gomes de Morais).
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Texto 2:
Leitura deleite:
Desde o primeiro encontro do PNAIC, em que foi proposta a leitura deleite, me encantei pelo adjetivo -"deleite" -, perfeito para caracterizar a leitura de textos literários...
Na página 29 do Caderno de Formação:
O momento da leitura deleite é sempre de prazer e reflexão sobre o que é lido, sem se preocupar com a questão formal da leitura. É ler para se divertir, sentir prazer, para refletir sobre a vida. Tal prática, no entanto, não exclui as situações em que se conversa sobre os textos, pois esse momento também é de prazer, além de ser de ampliação de saberes.
Então, começo com a leitura de um trecho da obra "Minhas férias, pula uma linha, parágrafo.", de Christiane Gribel, ilustrações de Orlando, para que a gente se delicie e converse sobre as provocações do texto...
O primeiro dia de aula é o dia que eu mais gosto em segundo lugar. O que eu mais gosto em primeiro é o último, porque no dia seguinte chegam as férias.
Os dois são os melhores dias na escola porque a gente nem tem aula. No primeiro dia não dá para ter aula porque o nosso corpo está na escola, mas a nossa cabeça ainda está de férias. E no último, também não dá para ter aula porque o nosso corpo está na escola, mas a nossa cabeça já está nas férias.
Era o primeiro dia e era para ser a aula de português, mas não era porque todo mundo estava contando das férias. E como todo mundo queria contar mais do que ouvir, o barulho na classe estava mesmo ensurdecedor. O que explica o fato de ninguém ter escutado a professora gritando para a gente parar de gritar. Todo mundo estava bem surdo mesmo. Mas quando ela bateu com os livros em cima da mesa a nossa surdez passou e todo mundo olhou para ela.
Ela estava em pé, na frente do quadro-negro e ficou em silêncio, com uma cara bem brava, olhando para a gente.
Quando um professor está em silêncio com uma cara bem brava olhando para você, é melhor também ficar em silêncio com uma cara de sem graça olhando para um ponto qualquer que não seja a cara brava do professor.
A professora puxou a cadeira dela e se sentou.
Atrás dela, no quadro-negro, eu vi decretado o fim das nossas férias e o fim do nosso primeiro dia de aula sem aula. Estava escrito:
Redação: escrever 30 linhas sobre as férias.
Eu sabia que as férias de ninguém iam ser mais as mesmas na hora que virassem redação. É simples: férias é legal, redação é chato. Quando a gente transforma as nossas férias numa redação, elas não são mais as nossas férias, são a nossa redação. Perdem toda a graça.
Todo mundo tirou o caderno de dentro da mochila. Menos eu.
Eu fiquei olhando para aquela frase no quadro enquanto os zíperes e velcros das mochilas eram os únicos barulhos na sala. De repente as nossas férias ficaram silenciosas. Onde já se viu férias sem barulho?
*** *** *** *** ***Além do mais, eu tenho certeza de que a professora nem quer saber de verdade como foram as nossas férias. Ela quer só saber como é a nossa letra e se a gente tem jeito para escrever redação. Aqueles dois meses inteirinhos de despreocupações estavam prestes a virar 30 linhas de preocupações com acentos, vírgulas, parágrafos e ainda por cima com a letra ilegível depois de tanto tempo sem treino (p. 7-9).
Texto 3:
Resolução n° 7, de 14 de dezembro de 2010, do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica - Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.
Art. 15 Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental serão assim organizados em relação às áreas de conhecimento:
I - Linguagens:
a) Língua Portuguesa;
b) Língua Materna, para populações indígenas;
c) Língua Estrangeira moderna;
d) Arte;
e) Educação Física;
II - Matemática;
III - Ciências da Natureza;
IV - Ciências Humanas:
a) História;
b) Geografia;
V - Ensino Religioso.
(Diretrizes para a Educação Básica)
Penso que, a partir dessa organização dos componentes curriculares do Ensino Fundamental, em áreas do conhecimento, devemos repensar a elaboração dos projetos e planos de aula. Ou não?!
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