17 de novembro de 2013

Encontro de estudos - parte 8

Texto 12:

Eixos de aprendizagem em língua portuguesa: planejamento

Trecho do Caderno de Formação do PNAIC - "A organização do planejamento e da rotina no ciclo da alfabetização na perspectiva do letramento"


Eixo da análise linguística
No eixo da análise linguística, é preciso considerar as atividades voltadas para o que queremos ensinar sobre o Sistema de Escrita Alfabética (como se organiza esse sistema), considerando quais conhecimentos foram construídos pelos estudantes e como eles se apropriam desses conhecimentos. Todo o processo pode ser desenvolvido de forma lúdica, por meio de jogos e atividades que promovam a reflexão sobre o funcionamento das palavras escritas (ordem, estabilidade e repetição das letras, quantidade de partes faladas e escritas, semelhanças sonoras). 
É importante pensar em atividades que envolvam ações de comparar, montar e desmontar palavras, para observar e discutir os princípios do Sistema de Escrita Alfabética, promovendo a apropriação e a consolidação da alfabetização. Nessa fase, o foco deve ser o domínio do sistema e o uso adequado das palavras nos textos, por meio da reflexão sobre os recursos linguísticos necessários para a constituição de efeitos de sentido em textos orais e escritos.
Após as crianças estarem alfabéticas, o processo de consolidação das relações som--grafia pode passar a ser o foco do ensino no eixo da análise linguística. Um dos aspectos a serem planejados é a exploração da norma ortográfica, pois a apropriação da escrita alfabética não leva a criança a dominar todas as convenções regulares.
Ao atingir a hipótese alfabética é preciso que a criança reflita sobre a norma ortográfica, compreendendo as regularidades e memorizando as irregularidades ortográficas, a fim de escrever convencionalmente as palavras. Para isso, deve-se planejar as atividades de reflexão sobre as dificuldades ortográficas despertando-as para o princípio gerativo subjacente à escrita das palavras, ou seja, para o princípio de que quando conhecemos uma regra podemos aplicá-la a todas as palavras cuja escrita dependa dessa regra. Por exemplo, a regra de que o som /k/ antes de A, O e U pode ser representado por C ou K e antes de E e I, por QU ou K, quando aprendida, pode ser aplicada em muitas palavras.
A preocupação do professor não deve ser com a memorização das regras, mas com a compreensão.
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