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Onde se aponteDesde que comecei a blogar, tenho me debruçado sobre várias práticas, pessoais e coletivas, numa tentativa de ressignificá-las!
ou se escreva pampa
leia-se: liberdade
em todo o horizonte
(Luiz de Miranda)
Para os relatos dessas práticas, conto sempre com a memória… com as elaborações que faço sobre as vivências passadas… quer dizer, a lembrança do vivido vem cheia de emoção e, consequentemente, de fantasia…
Estou enrolando para dizer que, por exemplo, quando escolhi Judas, o obscuro, como o livro da minha vida, talvez tenha inventado… era a resposta à provocação do Fio de Ariadne naquele momento…
Hoje, outra provocação:
Quem foi seu Monteiro Lobato? Houve alguém na sua vida que tenha sido incentivador de seu amor pela leitura? Qual foi o pontapé inicial da sua jornada por este mundo apaixonante que é a literatura?E, talvez, outra história (re)inventada!
Cresci numa família de classe média, nos anos sessenta, no interior de uma cidadezinha do Rio Grande do Sul.
Meu pai, morava “pra fora”, numa estância, nunca foi à escola, teve acesso às letras e aos números em casa mesmo!
Minha mãe estudou até a quinta série. “Mulher não precisa estudar”, esse, meu avô italiano!
Nesse contexto rural, sem televisão, longe do objeto livro… fomos criados – minha irmã, meu irmão e eu.
Ah! mas tínhamos todos os dias as rodas de chimarrão e as conversas ao pé do fogo de chão. Depois de um dia de lida no campo, os “homens” se reuniam para matear e prosear… e nós ali, meio invisíveis, pois crianças pequenas, ouvindo atentamente as façanhas, os amores, os entreveros, as apostas… e aprendendo a sonhar com aqueles homens meio rudes, muitos deles analfabetos, mas cheios de causos…
Naquele tempo e naquele espaço, com certeza se instalou em nós a necessidade de alimentar nossa imaginação com histórias… que mais tarde seria ocupada pela literatura!
E tinha também a imensidão do pampa… a contemplação… semeando poesia em nossas almas!!!
Meus (nossos) Monteiros Lobatos, portanto, foram aqueles homens, entre eles meu pai! foi a contemplação do horizonte!
Os livros? bueno, os livros vieram depois…
16 comentários:
Suely!
Minha história não é muito diferente. Eu lembro da enorme mesa de farta comida italiana onde nos demorávamos, familia enorme, depois do almoço e jantar ouvindo histórias de fantasmas, de caçadores e pescadores ,enfim, a imaginação fervilhava. Daí para os livros foi um pulo e meu pai analfabeto foi quem me introduziu na leitura, levando gibis emprestados para eu ler. Beijo!
Oi Suely,
também cresci na zona rural, no sítio onde meus avós moravam, e os "causos" eram uma constante. E o quão fascinante eram, quanta imaginação se desenvolveu a partir de então. Bons tempos...
Parabéns pelo texto, abraços.
Ah, também participei da blogagem: http://guleanda.blogspot.com , abraços.
Puxa, que infancia incrivel. Fascinantes essas imagens do Pampa.
Abracos,
Octavio
Quem conta um conto aumenta um ponto e assim nas rodas de chimarrão, aqueles homens aumentaram pontos no seu horizontes.
Bricnado com o ditado mas levando a sério sua prosa encantadora. Estou ali com vc ao pé do fogo, escutando as histórias embaladas pelo belíssimo sotaque do gaúcho.
E qdo as gaúchas falam, então, pra mim é música!
As histórias orais são literatura!
Meu pai foi um homem que possuia uma enorme bilblioteca e quando fomos ficando em idade de ler comprava-nos uma imensidão de livros infantis. Depois já grandinhas com 10 ou 11 anos apresentou-nos uma enorme coleção cor de vinho em capa dura de Monteiro Lobato com 22 volumes.Nossas férias eram sempre em torno destes livros, que líamos e relíamos, mas o nosso preferido era "Reinações de Narizinho".
Depois que ele morreu minha mãe sorteou cada coleção entre nós (as três irmãs) e a coleção tão lida ficou com minha irmã do meio.Fiquei muito triste por não ter ficado com ela, embora tenho ficado com muitas coleções maravilhosas.Digo para meus alunos que pertenço a geração lobatiana, pois foi por destes livros que sou hoje uma professora de literatura.
Um Abraço.
Que bela história. Parabéns!
apareça no meu blog,ufa!trocaremos figurinhas por um bom tempo ,adorei
Beijos
Mari
Fantástico, Suely! Revi meus tios e meu avô materno contando "causos"...e a gente pedindo para contar mais! Sabes, tens toda a razão, quando se é criança em estância (vixe, quase rimou) as fontes de aprendizagem são tantas, tão ricas...os livros apenas servem para continuá-las e para que possamos recordá-las e perceber que, sim, elas nos ensinaram muito.
Adorei seu história. E fiquei cá, entre as minhas montanhas (em Minas) imaginando os pampas...
Obrigada, e desculpe-me! Citei seu blog no meu post, mas confundi com o da Marli, mas já está corrigido.Como estarei sempre aqui, nunca mais confundirei.hehehe
Um abraço!
Suely!
Que linda história, parecia que estava vendo a suely menininha no meio da roda de conversas adultas, parece uma infância mto feliz e aconchegante!
Grande beijo
Engasguei.
Lembrei da minha infância, hoje, parecendo tão distante sem os GRANDES personagens que dela fizeram parte. Mas as histórias, ah...as histórias! Estas não vão embora, ninguém as tira de nós. Pelo contrário, podemos passá-las adiante e nos tornamos os GRANDES personagens das infâncias que geramos, e ilustramos com nossas histórias.
Que sejamos sempre os Lobatos daqueles que nos ouvem.
Su, um abraço e obrigada pela tua história.
Suely, muito obrigada por contribuir com seu texto para o sucesso desta coletiva.
Abraço
Suely, este cenário que descreveu, de contemplação, já é um convite à introspecção, poesia e literatura. Boa blogagem! Beijus
"NÃO DIGA PARA DEUS O TAMANHO DOS SEUS PROBLEMAS, MAS DIGA PARA OS SEUS PROBLEMAS, O TAMANHO DO SEU DEUS"
Smack!
Edimar Suely
jesusminharocha.blig.ig.com.br
oi SU!
Voltei!!!
Tava com comp estragado...agora tô d evolta..acabei perdendo essa coletiva..mas td bem...
legal tua postagem !!!
tu q é "lobato" de um bocado de gente q eu sei!!
abração!
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