16 de abril de 2009

Sala de aula: centro e periferia


(Clica na imagem para saber sobre origem e autoria!)

Continuando a rede tecida pelo texto Elas são rápidas, inteligentes e irreverentes!, a Tatiane Martins me chamou a atenção para o post "São as crenças dos professores sobre os alunos que determinam o efeito professor e seu ensino", no blog “Mulher é desdobrável. Eu sou”.

Neste texto, aparece a referência ao artigo Etnografia da sala de aula, de Maria de Lourdes Sá Earp. Parte da tese de doutoramento da autora, esse artigo leva as ideias de centro e periferia para a sala de aula, uma (triste!) metáfora para explicar ideologia da reprovação.

Segundo a pesquisa, há alunos escolhidos pelo professor para aprender – os considerados do centro e há alunos deixados de lado, abandonados à própria sorte – os da periferia.

Portanto, os que não aprendem é por que não foram ensinados.
… para além das explicações reprodutivistas, a escola brasileira é ainda mais excludente, e essa exclusão estaria representada no fenômeno cultural da “repetência”. Nos modos de agir, pensar e sentir da escola brasileira o aluno que não aprendeu deve ser castigado com a reprovação, que se naturalizou como principal recurso pedagógico dos professores.
Nessas considerações, há alguma semelhança com as nossas práticas?? usamos a reprovação como recurso pedagógico??? ou é coisa, apenas, do Rio de Janeiro, espaço em que Maria de Lourdes fez a pesquisa???

Ouve-se muito sobre a (falta de, pouca) formação dos professores como uma das responsáveis pela (baixa) qualidade da educação – só que a autora conclui que os professores reprovam não por que não sabem ensinar, mas por causa de uma lógica
que é baseada em princípios culturais de nossa sociedade e está encarnada tanto na estrutura da sala de aula como nas representações docentes. Na cultura do sistema de ensino brasileiro parece existir uma crença generalizada de que alguns não são capazes de aprender.
A transformação possível é relatada pela própria autora:

Hoje sou uma professora diferente. Passei a ensinar a todos os meus alunos: quanto mais ensino, menos reprovo.

E aqui dá voltar ao post anterior - Escolas de vidro? - e mais uma vez refletir sobre nossas práticas…

Que tal fazer como Maria de Lourdes: ensinar mais e reprovar menos???


4 comentários:

Unknown disse...

Suely,não se esqueça de pegar seu selo no meu blog.Abraço.

Anônimo disse...

Com certeza, quando educamos mais reprovamos menos, nesta lógica de que a reprovação é algo natural, cultural, normal a escola se perde e perde seus alunos, quando nos propomos a fazer bem o que fazemos e temos um olhar cuidadoso em relação a nossa prática constatamos que a reprovação em muitos momentos é do sistema, da metodologia, dos recursos não do aluno.
Amdrea.

Anônimo disse...

Oi,

Em poucas horas começará a Blogagem Coletiva - Dia Nacional do Livro - Quem foi seu Monteito Lobato? Peço que , tão logo publique deixe um comentário com o link no post do dia do Fio de Ariadne. Abraço e até lá.

Jussara disse...

Olá Suely
Tenho re-formulado os modos de ensinar e os modos de ensinar e como o objetivo é trazer para a leitura prazerosa, tenho lido histórias para os alunos do curso normal ,e entre essas leituras fiz essa de Ruth Rocha, trouxe para uma discussão sobre o papel que a escola desempenha hoje em suas vidas.
Foi muito interessante.
bjs Jussara