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Texto quer dizer Tecido; mas enquanto até aqui esse tecido foi sempre tomado por um produto, por um véu todo acabado, por trás do qual se mantém, mais ou menos oculto, o sentido (a verdade), nós acentuamos agora, no tecido, a idéia gerativa de que o texto se faz, se trabalha através de um entrelaçamento perpétuo; perdido neste tecido – nessa textura – o sujeito se desfaz nele qual aranha que se dissolvesse ela mesma nas secreções construtivas de sua teia. (Roland Barthes)
Esses dias ouvi da Janete Camponogara, uma colega, mais - uma amiga querida:
Aprendi a ser professora no Curso Normal do Elisa!
Senti um frio na espinha:
Primeiro: não fiz o Curso Normal… e a faculdade realmente não nos forma professores(as)… lá aprendi um pouco de linguística, de língua portuguesa, de literatura… isso?!
Segundo: agora, estou dando aulas no Curso Normal do Elisa – uma baita responsabilidade!
Só que esse frio na espinha não me imobiliza! Ao contrário, me entusiasma: tenho a oportunidade de refletir, com minhas alunas e meus alunos, sobre questões que fazem parte do cotidiano das escolas: a formação de leitores(as) e de produtores(as) de texto, por exemplo!
Por isso revisitei Josette Jolibert! E mais uma vez me encantei!
“Formando crianças produtoras de textos” é uma obra essencial que propõe a construção de textos em situações reais, fazendo com que a tarefa d@ alun@ seja, basicamente, escrever com significado.
Dizendo assim parece simples, óbvio… mas esse comportamento escritor implica mudanças na concepção de leitura e de escrita. Por isso, exige, também, um novo olhar sobre a/da escola, rompendo a burocracia e vivenciando a interação entre turmas e entre escolas.
Ainda, Jolibert sugere o trabalho organizado em canteiros. Metáfora interessante para módulos de aprendizagem. A palavra canteiro, em francês, segundo a tradução, pode ter o sentido de atelier ao ar livre, ou um lugar de construção de vasos, ou estaleiro. Conotativamente, assume significados como em vias de ser feito ou dar princípio a um trabalho.
Um canteiro “poema” deve permitir que cada uma das crianças de uma turma aprenda a produzir um poema a partir de um texto de referência. Ou seja, encontrar as chaves linguísticas de acesso a um poema de referência para escrever um poema “à maneira de…”.
Outra possibilidade, em português, porção de terra em que se plantam flores ou hortaliças. Talvez a melhor tradução para a proposta da obra!
Só uma minhoca: não parece que, na escola, se aprende-ensina a ler e escrever primeiro, para depois se usar essas habilidades para a comunicação?
Ou é só uma impressão…
Aprendi a ser professora no Curso Normal do Elisa!
Senti um frio na espinha:
Primeiro: não fiz o Curso Normal… e a faculdade realmente não nos forma professores(as)… lá aprendi um pouco de linguística, de língua portuguesa, de literatura… isso?!
Segundo: agora, estou dando aulas no Curso Normal do Elisa – uma baita responsabilidade!
Só que esse frio na espinha não me imobiliza! Ao contrário, me entusiasma: tenho a oportunidade de refletir, com minhas alunas e meus alunos, sobre questões que fazem parte do cotidiano das escolas: a formação de leitores(as) e de produtores(as) de texto, por exemplo!
Por isso revisitei Josette Jolibert! E mais uma vez me encantei!
“Formando crianças produtoras de textos” é uma obra essencial que propõe a construção de textos em situações reais, fazendo com que a tarefa d@ alun@ seja, basicamente, escrever com significado.
Dizendo assim parece simples, óbvio… mas esse comportamento escritor implica mudanças na concepção de leitura e de escrita. Por isso, exige, também, um novo olhar sobre a/da escola, rompendo a burocracia e vivenciando a interação entre turmas e entre escolas.
Ainda, Jolibert sugere o trabalho organizado em canteiros. Metáfora interessante para módulos de aprendizagem. A palavra canteiro, em francês, segundo a tradução, pode ter o sentido de atelier ao ar livre, ou um lugar de construção de vasos, ou estaleiro. Conotativamente, assume significados como em vias de ser feito ou dar princípio a um trabalho.
Um canteiro “poema” deve permitir que cada uma das crianças de uma turma aprenda a produzir um poema a partir de um texto de referência. Ou seja, encontrar as chaves linguísticas de acesso a um poema de referência para escrever um poema “à maneira de…”.
Outra possibilidade, em português, porção de terra em que se plantam flores ou hortaliças. Talvez a melhor tradução para a proposta da obra!
Só uma minhoca: não parece que, na escola, se aprende-ensina a ler e escrever primeiro, para depois se usar essas habilidades para a comunicação?
Ou é só uma impressão…
8 comentários:
Olá Su, também passei um tempo sem blogar, esta tua provocação é muito pertinente, acredito que ainda muitos alunos levam para as séries finais esta incapacidade de comunicar-se, vejo que quanto mais tarefeira a escola, maiores as dificuldades. Às vezes parece óbvia a interpretação de uma questão, nem é ainda o tema em si, é apenas uma introdução que já da pinceladas , dicas, mas a gurizada , lê uma, lê duas... e não relaciona o código com seu significado mais amplo, suas relações.
Eu que atuo nas séries finais do fundamental observo uma grande lacuna no que diz respeito ao significado do que se sabe ler, propor uma leitura de mundo mais difícil ainda.
Andrea.
oi profª! Obrigado pela visita no meu blog.
por que você não arranja um cachorro
pequeno assim você não vai ter medo
Suely, querida! Conheço o livro do Leonardo, sim! Ótimo!
Vim dizer que tem um selinho pra ti no meu blog!
Beijo!
Olá Prof. Suely
Vim ler e aprender um bocadinho.
Agradeço o simpático comentário e ter colocado o blogue destes "pequenos" na lista de blogues que lê.
Eu, para além de trabalhar com crianças dos 3 aos 10 anos, também dou formação a professores e educadores, mas apenas esporadicamente (2 a 3 vezes no ano), em Tecnologias Educativas.
Continuação de bom trabalho
Prof. Anabela
BLOGando na Escola
Su!
Lindo teu blog.
Está nos meus favoritos.
Beijo.
Pra se começar a escrever (e se comunicar), antes é preciso que aluno aprenda e passe a gostar de ler. E é nesse início que as coisas se complicam, pois qual criança/adolescente está afim de ler histórias complicadas e pouco atrativas para a idade em que estão, como os clássicos brasileiros (Machado, Veríssimo etc)???
Acho que é esse início obrigatório que desanima o novo leitor a começar. Afinal Dom Casmurro não é um livro que entusiasme um jovem de 15 anos a ler.
Eu, acredito, só tomei gosto pela leitura quando comecei a buscar aquilo que era do meu interesse: primeiro Série Vagalume, depois os mistérios da Agatha Christie. Hoje, claro, Machado e cia me são grandes amigos!
Pois bem, se a escola traumatiza o aluno com relação aos livros, só lhe resta o bloqueio contra qualquer tipo de escrita, até mesmo a de sua prórpria autoria. E isso acaba por inibí-lo de escrever e se comunicar.
Ah, e desculpa, Su, mas eu não entendi a sua pergunta ao final do seu texto. Sei que foi retórica ou irônica, mas não consegui compreendê-la.
Abraços do orc!
Snaga
Oi, Snaga!
Que bom te ter por aqui!!!
Só por curiosidade: acabo de ler Erico (trechos de O continente)com minhas alunas do primeiro ano do magistério... A gente curtiu de montão... Acho que o grande nó da questão da leitura e da escrita é a forma como são encaminhadas pela escola... Em geral são jogadas para os alunos... eles que se virem...
Em relação à escrita, não há preocupação com a função social: na escola, escrevemos para o professor ler... argh! que saco! e o profe ainda devolve o texto todo riscado... e acaba aí a história...
Em relação à leitura, os "clássicos" são largados para que os meninos e as meninas leiam, sem nenhuma mediação... assim ninguém ultrapassa as primeiras páginas de Dom Casmurro!!!
Acho fundamental que o profe esteja encantado pelo texto, seja leitor de verdade para poder contagiar os alunos... que o profe seja o mediador da leitura!!!
Acho que a escrita se aprende escrevendo em situações concretas de produção...
Por isso fiz a pergunta no final do post: parece que a gente, na escola, ensina a escrever e a ler e o aluno só vai usar essas habilidades depois, como se o momento de aprendizagem fosse um hiato, dissociado da realidade!!!
Abraços!!!
Realmente, o problema mais grave parece ser a falta de interesse do professor no livro exposto.
Acho que só tive professores realmente interessados em literatura quando ingressei nos pré-vestibulares. No segundo grau públicos, por mais legais que eles foram, nenhum nunca foi amante dos livros. Cumpriam apenas o currículo escolar.
Quanto à Veríssimo, é meu favorito dentre os brasileiros. Adoro descrições, e a maneira como descreve coisas e lugares em Ana Terra (primeiro livro que li dele) me cativou bastante!
Ah, o Ufa! foi pra lista dos Blogs Recomendados do Covil!
Abraços, Su!
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