13 de julho de 2009

Outro conto que me encanta!

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Como o autor me permitiu, eis outro texto produzido pelo Marco… (Postei aqui Sexo na sacristia, que, também, vale muito a pena ler!).

Gosto muito dessas experiências literárias bissextas!!!

SINA

Sessenta anos depois eu vou contar o caso.

Sinamara. Minha sina. Acabou não sendo. Cabelos loiros cortados rentes. Rúbia, como diria minha vó. Roupa descuidada, sem brincos, seios pequenos ou apequenados pela blusa. Dúbia, como diria meu pai.

Não sabia quem era a moça. Nem se era moça (Naquele tempo tinha disso. Hoje também tem).

Duvidei das cartas do Tarô. Erro grosseiro.

Depois que se passam sessenta anos você vê as coisas com clareza. Aí você diz enxergar. Que era verde. Mas os marcianos e algumas cobras também são verdes e se relacionam ou pelo menos não se negam à essa proposição . Cada qual a seu modo. Não gostaria de me relacionar da mesma maneira dos marcianos. Nem das cobras. Mas seria simples: minha maneira.

O que pensar. Ela não percebera que o elevador estava fora do lugar. E esse tipo de coisa acontecia com frequência. O que me deixa culpado foi o fato de ter recebido uma carta três dias depois da sua morte, na qual ela declarava todo seu desespero por nunca ter conseguido sequer me chamar a atenção.
Marco Antônio
Porto Alegre, 06 de agosto de 1992.

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