26 de julho de 2009

Som e fúria: uma felicidade clandestina!

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Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. (Clarice Lispector)
     Muito especial a relação que estabelecemos com os livros… com alguns livros… puro êxtase, como nos diz Clarice Lispector, em Felicidade Clandestina (lê aqui!).

     Quando embarco numa história que me encanta, tenho dificuldade de terminar a leitura… A separação da obra é custosa, por isso, sempre, reservo algumas páginas para depois, a fim de prolongar a minha felicidade clandestina…

    Finalizar um livro é romper com a história, trair as personagens que nos acompanharam em determinado tempo… não te parece?

     Essa fruição só as obras de arte nos permitem… um filme, um romance, um conto, um poema, uma peça de teatro, uma pintura…

    … uma minissérie…

     Pois é! Experimentei esse prazer ao assistir a Som e Fúria, na rede Globo! Nas noites geladas da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, havia Shakespeare, lindamente… e os bastidores das produções teatrais e os egos inflados dos famosos e as dificuldades financeiras das companhias… havia o drama shakespereano e a comédia e a ironia da vida real … puro deleite…

     Fernando Meireles adaptou o roteiro e dirigiu: uma referência nas artes!




     Imperdíveis o Romeu e a Julieta, feitos por Sarah (Débora Falabella) e Patrick  (Leonardo Miggiorin):




     Eu sei, audiência muito baixa…


5 comentários:

Clarissa Oliveira disse...

Olá minha amiga! Saudades de ler suas postagens! Estive fora uns dias, mas já estou de volta. Beijos...

Teresinha Bernardete Motter disse...

Suely, tb adorei a minisérie. Nada como ler post de professoras de portugues e literatura. Aqui está o que eu sinto mas não sei escrever desta forma, tão leve. Entrei para agradecer tua indicação para as alunas. Obrigada, estou visitando o site e achando o máximo.
bjs
Bernardete

Unknown disse...

Oi,
Adorei seu post sobre os livros. Toda vez que termino um livro que gosto muito me sinto como se tivesse perdido um amigo. Existem livros que leio e releio, acho que procuro esse amigo de novo. Foi assim com Anarquistas Graças a Deus e Minha vida de Menina.Amigos querido

Roseli disse...

Oi Suely,
Que pena, queria tanto ter assistido a minisérie, mas como estive fora viajando...não dá para se ter tudo né? Muito bom seu texto. E quanto aos livros, sou suspeita em falar pois minha vida é cercada de livros. Aliás, nesse exato momento, minha mesa está lotadinha de livros e revistas. Humm dilicia!!!! Obrigada pela visita em meu blog.
Bjs

Snaga disse...

E tem gente que ainda tem coragem de falar mal da Globo. A única emissora de canal aberto que produz e transmite dramaturgia de qualidade nesse país!

Quando Som e Fúria acabou, eu me senti da mesma forma, com aquele gostinho de "quero mais"! Foi realmente uma minissérie fantástica, com um elenco ímpar e uma tema por demais imcomum! Divertida e emocionante, ou seja, completa!!!

Aliás, não poderia ser diferente, afinal era uma produção da O2 Filmes, com direção de Fernando Meirelles! A coisa tinha qualidade de cinema!!!

Ah, alguém mais por aí reparou que Fernando Meirelles deu uma de Hitchcock, aparecendo em algumas cenas da minissérie???

PS.: Obrigado pelo link, Su!!!