Retornando, aos poucos…
As aulas no Curso de Especialização Tecnologias em Educação (PUC – Rio/MEC) reiniciaram em 03/02: debates, reflexões…
Estão em andamento duas oficinas “Recursos e Pesquisa na Web” e “O professor e a prática pedagógica com integração das mídias”.
Especialmente a segunda tem me provocado, pois toca numa das grandes vulnerabilidades da educação no Brasil: a formação continuada dos professores!
Pergunto: a formação acadêmica, nos cursos de licenciatura, tem possibilitado o uso das mídias na perspectiva da autoria, do trabalho colaborativo? Ou, ainda, as aulas nos cursos de graduação são instrucionistas¹?
O que isso tem a ver? Penso que construímos nossos modelos de aula estudando as teorias do conhecimento, é claro, mas, e principalmente, observando nossos mestres!
Sim, podemos nos transformar, estamos aprendendo sempre, mas tudo fica mais difícil, se a faculdade não investe em comportamentos inovadores!
Os alunos terminam a graduação - professores, coordenadores, gestores - com o modelo tradicional de aula internalizado…
Ah, mas tem a formação continuada, permanente… A partir dela, aos poucos, dá para rever as práticas e transformá-las, a fim de buscar a construção do conhecimento…
E aí mais um problema: não há espaço/tempo para formação continuada!
Parece que os sistemas públicos de educação entendem o adjetivo *continuada* como um ou dois encontros durante o ano letivo para decidir sobre festividades na escola! Pelo menos, é isso que vivencio…
Acho importantes os cursos fomentados pelo MEC, por exemplo. Percebo, porém, um limite: em geral, formam professores para multiplicar nas escolas. Mas, onde estão os espaços/tempos para essa multiplicação???
Penso que a formação continuada deveria ser garantida nas escolas, com os gestores, a coordenação a supervisão, os professores refletindo sobre as práticas, partilhando boas ações…
Enquanto isso, na vida real, cada professor dá sua aula e ninguém tem nada com isso. Não há troca, não há projeto…
Como inserir o uso das mídias num contexto assim? Se sabemos da necessidade de um ambiente de aprendizagem que implica
um processo de investigação, representação, reflexão, descoberta e construção do conhecimento, no qual as mídias a utilizar são selecionadas segundo os objetivos da atividade. (…) caso o professor não conheça as características, potencialidades e limitações das tecnologias e mídias, ele poderá desperdiçar a oportunidade de favorecer um desenvolvimento mais poderoso do aluno.
(…)
Para que o professor possa desenvolver tais competências é preciso que ele esteja engajado em programas de formação, participando de comunidades de aprendizagem e de produção de conhecimento.²
Um dos papéis fundamentais dos gestores é garantir esses ambientes de aprendizagem!
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1. Expressão usada pelo professor Pedro Demo, no texto “Dissecando a aula”; disponível aqui!
2. Trecho do texto “Prática pedagógica e formação de professores com projetos: articulação entre conhecimento, tecnologias e mídias”, de Maria Elisabette Prado; disponível aqui!
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- Na Revista Nova Escola, de outubro de 2008, há um bom material sobre formação de professores, em que destaco a reportagem “Não basta só tapar buracos”; disponível aqui!
- No site Salto para o Futuro, há uma entrevista muito interessante com Vani Kenski, professora doutora da Faculdade de Educação da USP e diretora da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) - “Tecnologias digitais na educação”; disponível aqui!
Um comentário:
Oi, Suely! espero que estejas bem e que as férias tenham sido revitalizadoras. Por aqui, muita leitura, muita produção escrita, afinal sou bolsista de um programa de pós-graduação, tenho que ter produtividade. De resto, ainda indignada com o descaso da queda da ponte sobre o rio Jacuí e a falta de alternativas. Este ano será um ano diferente, depois de 20 anos não estarei na escola para receber os alunos, não se se sinto falta, mas foi uma opção: escolhi cuidar do pai e estudar, né?!
Desejo-lhe um bom retorno às aulas, como sempre com muito sucesso. abçs :)
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