24 de abril de 2010

Sim, Paulo é contemporâneo!

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“Eu gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida”. (Depoimento dado a Edney Silvestre, em NY, abril de 1997, publicado em seu livro Os Contestadores... e transcrito no livro de Paulo Freire, Pedagogia da Intolerância,  organizado e apresentado por Ana Maria Araújo Freire.)
Assisti ao documentário Paulo Freire Contemporâneo, realizado por Toni Venturi…

O filme nos guia num lindo e emocionante passeio pela vida, pela obra, pelo legado de Paulo Freire!

E nos faz reafirmar: sim, Paulo é contemporâneo!

Ainda hoje se buscam caminhos na educação para superar “o sentimento de A sobre B, de um professor que transmite uma educação bancária a alguém que recebe” (Marcos Guerra, professor/advogado).

No filme, um belo resgate dos círculos de cultura com relatos de educadores(as) e de educand@s:

“Aprendi a ler no colo de meu pai. Isso me fascina”, nos diz a senhora que acompanhava, quando menina, o pai nos círculos.

Sebastião Vassão, pescador:  “… porque a pessoa que não sabe ler, praticamente ele é cego.”

Ou, a fala de Marisa Pereira, doméstica: “Fiquei até emocionada,  quando eu vi o Ministério. Aí, olhei assim, aprendi a ler, para mim era uma emoção”.

E a gente vê, nas palavras e nos olhos dessas pessoas, a esperança! a alegria!

Essa é uma das  revoluções de Paulo Freire: o oprimido sai da invisibilidade imposta pela cultura dominante, e vem para o palco da história (Moacir Gadotti).

E há, nos dias que correm, os que questionam as políticas afirmativas, por exemplo, como se fossem ações discriminadoras… na verdade,  ações de justiça social.

Paulo Freire é contemporâneo, sim!

Gadotti refere os quatro pilares da educação  para o  século XXI propostos pela UNESCO e presentes na pedagogia freireana:
  • aprender a aprender;
  • aprender a conviver;
  • aprender a fazer;
  • aprender a ser.
A eles, Paulo acrescentaria: aprender por quê? a favor de quê? contra quê? – a dimensão política, a necessidade de desvelar as relações de poder subjacentes às ações.

Paulo Freire é contemporâneo, sim!

Nos coloca a necessidade de ensinar as crianças, os jovens, os adultos a construir um estilo de vida sustentável – um dos  grandes temas do século XXI!

Ver, ouvir  (ler) Paulo é fortalecer a esperança, indispensável à vida e à prática pedagógica! Sacia nossa “sede de saber” ou alimenta nossa “fome de cabeça”, como diziam em Angicos! Nos faz sonhar sonhos possíveis!

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Para ler: Reinventando Paulo Freire na escola do século XXI, texto de Moacir Gadotti.

4 comentários:

Patrícia disse...

Suely! Voltei!
Belo texto, concordo plenamente!
Abração!

Teresinha Bernardete Motter disse...

Fazia tempo que queria falar contigo, nunca posso. Estou com muitos problemas pessoais e sem tempo nem para postar no meu blog, que tanto gosto.Esse ano estou desenvolvendo projetos em forma de oficinas como diz no meu último post. Tenho em torno de 12 projetos iniciados, vou linká-los em uma postagem essa semana, gostaria de alguma forma trabalhar contigo e tuas alunas. Vamos fazendo contato e encontraremos uma forma.
bjs
Bernardete
PS: escrevo com mais calma

Unknown disse...

Oi, Patrícia!

Que bom que gostaste do texto!!

Que bom que apareceste!!

Beijos!

Unknown disse...

Oi, Teresinha!

Já passei no Caminhos e deixei um recado pra ti!!!

Vamos "bolar" alguma coisa colaborativa para esses gurias, sim!!!

Beijos!