Ler é dialogar? - É. Ler é duvidar? - É. Ler é entender o significado das coisas e, por isso, entender o outro? - É! Ler é se transformar por meio do sentido que a palavra produz? - É. Então ler um bom livro é sempre garantir a mudança: nós nunca seremos os mesmos depois de terminada a leitura. Terminada no papel e continuada na vida! (Celso Sisto)
Uma das obras na minha cabeceira é "Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias", de Celso Sisto.
Volta e meia, abro e leio e releio. Um texto delicioso.
Nas páginas 28 e 29, Sisto propõe "uma sondagem do nosso universo leitor, baseado nos direitos imprescritíveis do leitor, inventados pelo escritor Daniel Pennac".
Bueno, aqui vai minha sondagem:
1. Livros com que exerci meu direito de não ler: do Paulo Coelho. Tá bem, li "O alquimista".
2. Não lembro de ter pulado páginas nas leituras de textos literários. Já nos teóricos, pulo a toda hora!
3. Nunca terminei de ler "Em busca do tempo perdido" (Proust). Ganhei do Marco a obra em 1991 (lembro bem!). Andei uns dias abraçada aos livros - o contado mais íntimo que tive com eles. Dias depois dessa apropriação física, comecei a ler "Nos caminhos de Swann". Não consegui dar conta, sentia uma angústia, uma falta de ar...
Ah, e tem "Grande sertão: veredas", numa edição linda, dos 50 anos da obra, que está guardada, à espera... "Nonada".
4. Releio contos: do Machado de Assis, do Rubem Fonseca, do Dalton Trevisan: adoro os temas; os jeitos, às vezes, irônicos; às vezes, cruéis; sempre, surpreendentes. Releio "O continente - volume I", do Erico Verissimo, questão de identidade. Releio "Quatro negros", do Luís Augusto Fischer, a Janéti me emociona.
5. Outras coisas que leio? De tudo um pouco.
Os filmes (são textos também, né?!) andam taco a taco com a literatura.
Os filmes (são textos também, né?!) andam taco a taco com a literatura.
Tenho lido, muito mesmo, artigos em livros, em revistas, na web sobre ensino de literatura infantil, didática da linguagem (especialmente, questões sobre a aprendizagem de ortografia - minha nova paixão) e uso de tecnologias na educação.
6. Meu direito ao bovarismo - "doença textualmente transmissível"! - aparece em Ana Terra, pretendo ter a coragem dela; em Judas, quando percebo que a vida é isso: um tanto obscura; em Janéti, queria ter a mesma obsessão pela família; em Ismália, divido a fantasia do suicídio (tão linda a imagem!).
7. Lugares em que gosto (ou gostava) de ler: antes, o ônibus, quando percorria um trajeto longo até a escola. Agora, para/com meus alunos: ou literatura infantil ou poesia ou contos.
8. Adoro economizar livro! Quase sempre, abandono por um tempo o livro antes que acabe, não gosto de me separar assim bruscamente das personagens, das tramas, dos ambientes... inicio a leitura de outra obra... então, retomo a anterior e termino. Quer dizer, quase nunca estou sozinha. ;)
9. Para ler em voz alta em qualquer lugar e em qualquer horário: "I-Juca-pirama", "Navio Negreiro", "Soneto de fidelidade" e alguns contos da obra "Capitu sou eu", de Dalton Trevisan - "De olhinho fechado", por exemplo.
10. A obra que mais trabalha dentro de mim: "Judas , o obscuro", escrevi sobre isso neste texto.
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Desafio: que tal fazeres a sondagem de teu universo leitor?
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Escrevi também:
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